Vários fatores fazem o idoso consumir menos proteínas na dieta: de problemas socioeconômicos a problemas relacionados a dentição, fazendo-o consumir, gradualmente, alimentos mais moles e considerados mais “leves”, normalmente pobres em nutrientes, especialmente em proteínas.
Há evidências crescentes, conforme destacado por várias declarações de Consensos Internacionais, de que a ingestão alimentar de proteínas recomendada como padrão (0,8 g de proteína/kg de peso corporal/dia) pode ser inadequada para promover a saúde ideal em adultos mais velhos. Pesquisas recentes indicam que, além da ingestão diária total de proteínas, o momento da ingestão destas também é importante para estimular melhor a síntese de proteínas musculares e manter a massa magra e a função muscular em adultos mais velhos.
Com base na soma das evidências disponíveis, a recomendação de consumo fica entre 1,6 e 2,2 gramas por kg de peso corporal por dia de proteína dietética (dose máxima sugerida: 250 gramas) para aqueles que participam de programas de treinamento de força.
É razoável usar o peso corporal total para estimar as necessidades de proteína. Ao contrário das suposições amplamente aceitas, esse nível de ingestão protéica não prejudica o rim saudável.
A recomendação para consumo de proteína e intensidade de treinamento de força é apoiada pelas descobertas de um estudo no qual 208 adultos saudáveis com mais de 65 anos foram aleatoriamente designados para uma das três estratégias nutricionais: 1. suplementação de carboidratos, 2. suplementação de proteína de colágeno ou 3. suplementação de proteína de soro de leite, combinadas com treinamento de força de baixa ou alta intensidade.
O estudo foi concluído por 184 indivíduos. Em um ano, apenas o grupo que tomou suplementação de proteína de soro de leite (whey protein) e seguiu um programa de treinamento de força de alta intensidade aumentou a área transversal do quadríceps e a força da extremidade inferior.
Apesar dos estudos não conseguirem provar dano renal por maior consumo de proteína na população geral, devemos lembrar que para quem já possui Doença Renal Crônica avançada, o consumo de proteína precisa ser limitado para 0,8 a 1,2 g/kg/dia. E até neste grupo, consumo muito restrito de proteína foi relacionado a maior mortalidade em alguns trabalhos.
Resumindo, o vovô maromba deve comer menos bolacha e mais peito de frango!