O objetivo da revisão sistemática e meta-análise de 60 estudos (mais de 1.100 atletas) publicada em Setembro de 2022 foi investigar se o consumo habitual de cafeína (tomar um cafezinho)
pode atrapalhar na suplementação de cafeína para fins ergogênicos.
Mas afinal de contas, o que significa fins ergogênicos da cafeína?
Significa que a cafeína pode melhorar o desempenho esportivo de atletas amadores ou profissionais. Ela faz parte da seleta lista de suplementos que, comprovadamente, foi eficaz para exercícios de resistência, potência e força, tendo sido incluída na lista proibida da Agência Mundial Antidoping (WADA) de 1980 a 2003, mas a partir de 2016, a cafeína foi promovida para a lista de monitoramento da agência e, atualmente, atletas podem ingerir cafeína como parte de sua dieta ou como suplemento.
A cafeína tem uma gama complexa de ações, incluindo:
– Estimulação da liberação de adrenalina
– Aumento da inotropismo do músculo cardíaco
– Aumento da contratilidade do músculo esquelético
– Diminuição da percepção de esforço e fadiga
– Economia de glicogênio e mobilização de gordura
A cafeína é considerada segura e, em muitas culturas, a alta ingestão diária de cafeína é normal. Apesar do Brasil consumir e exportar muito café, quando consideramos o consumo per capita,
não ficamos nem entre os 10 primeiros. Isso porque os países do norte da Europa se destacam como os maiores consumidores.
Finlândia, Noruega, Islândia e Dinamarca são os países que mais bebem café no mundo. Pessoas que não percebem os benefícios do café existem (não responderores), assim como indivíduos que são mais sensíveis aos efeitos da cafeína e que podem apresentar irritabilidade, tremores, distúrbios do sono e taquicardia mesmo em doses mais baixas, por isso vale atenção à concentração de cafeína
nos rótulos dos suplementos, principalmente dos famosos “ pré-treinos”.
A abstinência de cafeína pode causar fadiga e dores de cabeça, que podem ser deletérias para o atleta competidor.
Mas o que este estudo recente conseguiu trazer de novidade?
1.As análises de subgrupo mostraram um efeito ergogênico positivo com doses baixas de cafeína, porém mais significativo com doses moderadas de 3-6 mg/kg, mas não conseguiu mostrar superioridade com doses superiores a 6 mg/kg.
2.Demonstrou que tomar o cafezinho da forma usual não atrapalha a performance nos pacientes que tomam a cafeína também como suplemento para performance esportiva.
Curiosidades:
Há evidências anedóticas de que a cafeína melhora o desempenho perto da marca de 20 milhas/30 km em maratonas, possivelmente devido ao efeito poupador de glicogênio, que aumentou sua popularidade para eventos de resistência, incluindo corrida e ciclismo.